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Clipping IAG

Serviços de saúde podem aumentar até 8% com reforma tributária

Grupo IAG Saúde
01/10/2020

A substituição do PIS-Cofins pela Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), parte da reforma tributária proposta pelo governo, deve resultar num aumento de 65% nos gastos do setor de saúde apenas com esse tributo.

    Um estudo feito pelo SindHosp, que reúne hospitais, clínicas e laboratórios no estado de São Paulo, mostra que o valor pago pelas empresas de saúde de todo o país vai subir de R$ 11 bilhões para R$ 15,6 bilhões – R$ 4,6 bilhões.     Apenas com essa mudança, diz a entidade, o custo dos serviços de hospitais, laboratórios e clínicas deve aumentar, em média, entre 7% e 8%, mesmo percentual que as empresas deverão repassar aos clientes.     A a segunta etapa da reforma tributária seria apresentada ao Congresso na segunda-feira, mas não houve consenso, e ela deve ficar pra depois das eleições.     Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, explica que hoje o setor de saúde paga 3,65% de PIS (3%) e Cofins (0,65%), que incidem diretamente sobre a receita bruta (faturamento), no modelo chamado cumulativo.     A proposta do governo é que os dois sejam substituídos pela CBS, com alíquota de 12%, que segue o modelo não cumulativo e as empresas podem tomar crédito incidente nas compras de materiais, medicamentos, máquinas, equipamentos e serviços contratados de pessoas jurídicas, por exemplo.     O sistema não cumulativo funciona hoje para indústrias, por exemplo, que obtém crédito pelo imposto pago na cadeia produtiva. O estudo do SindHosp, porém, assinala que o setor de saúde não consegue recuperar o crédito na mesma proporção, uma vez 40% dos gastos referem-se a salários, benefícios, encargos trabalhistas e previdenciários, despesas financeiras e outros itens que não darão direito crédito.     – Quem fabrica uma mesa, por exemplo, tem uma cadeia de produção longa. Tem o fornecedor de madeira, de verniz, etc. Todo mundo paga e se ressarce. No caso da saúde, boa parte da despesa é o pagamento dos profissionais, que não permite ressarcimento — diz Balestrin.     Na melhor das hipóteses, de acordo com o estudo do Sindhosp, a alíquota efetivamente paga da CBS, descontados os créditos, seria de 6,2% – bem acima da atual, de 3,65%.     Balestrin afirma que o setor de saúde terá ainda de investir na administração de tributos, uma vez que não está acostumado a trabalhar com esse tipo de crédito tributário, o que provocará aumento de custos.     – Se não for bem eficiente no manejo dos tributos, dificilmente as empresas de saúde vão conseguir recuperar. Será preciso ter uma estrutura apenas para isso – afirma.     O presidente do SindHosp afirma que o governo brasileiro vai na contramão de países como Portugal, Inglaterra, Suécia, Suíça, Canadá, China e Uruguai, por exemplo, que desoneram o setor de saúde para tornar os serviços mais acessíveis à população.      

Fonte: Leia a matéria na íntegra na ISMEP.

Créditos da Imagem Destacada: Médico - imagem criada por freepik - disponível em br.freepik.com.

Esta publicação em nada reflete a opinião ou conhecimento pessoal da Presidência, da Diretoria ou da equipe do Grupo IAG Saúde, sendo seu caráter, unicamente informativo, não sendo utilizada para fins comerciais.

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