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Clipping IAG

Impactos do comportamento disruptivo na cultura de segurança

Grupo IAG Saúde
14/09/2020

Debater o tema é indispensável para garantir segurança do profissional de saúde e do paciente.

    A construção de um ambiente de saúde seguro, tanto para os profissionais, quanto para os pacientes, depende de inúmeros fatores. Infraestrutura adequada, gestão eficiente, comunicação transparente e desenvolvimento e fortalecimento da cultura de segurança. Para isso, todos os profissionais envolvidos – desde a recepção até as áreas internas que estão sob altíssima pressão – precisam manter um comportamento adequado e que não ultrapasse essas barreiras de segurança.     Artigo publicado ano passado pela Patient Safety Network (1) traça um paralelo com uma série médica muito conhecida em todo o mundo: Dr. House. Ao longo dos episódios desse programa, o personagem principal, Gregory House, médico renomado por desvendar casos complexos, apresenta um comportamento bastante perturbador diante do qual muitos outros profissionais da saúde sentem dificuldades em lidar. Com o sucesso dos casos por ele comandados, a série acaba por amenizar o fato de que a forma como o protagonista lida com seus colegas de trabalho, e até mesmo com os pacientes, coloca muitos fatores de segurança em risco.     O tema vem sendo debatido há bastante tempo. Em 2008 foram divulgados resultados de uma pesquisa (2) focada em compreender o impacto do comportamento disruptivo no cuidado com o paciente. Com 102 hospitais participando do projeto, foram entrevistados 2.846 enfermeiros, 944 médicos, 40 executivos da administração e outros 700 profissionais atuantes nas unidades de saúde.     Desse montante, 77% afirmaram já ter testemunhado comportamentos disruptivos prejudiciais por parte do corpo médico. Além disso, 65% confirmaram já ter acompanhado, também, esse mesmo tipo de comportamento entre enfermeiros.     A pesquisa também reforça que os profissionais de saúde atrelam essa postura mais agressiva à eventos adversos. Na ocasião, 67% dos entrevistados, entre todas as classes de trabalhadores, disseram entender que esses comportamentos trouxeram impactos diretos à segurança do paciente, além de intervenções negativas entre os membros da equipe.     No campo da tecnologia, é normal que o termo “disruptivo” seja interpretado com positividade, soando como algo inovador e capaz de revolucionar positivamente o cenário a que se aplica. Porém, quando o termo é inserido na rotina de profissionais que precisam seguir protocolos para garantir a eficácia de suas atividades, que estão diariamente lidando com a vida das pessoas, e que precisam manter uma postura adequada, não é bem assim. Comportamentos disruptivos entre profissionais de saúde geralmente tendem a levar à problemas e falta de segurança.     Após entender que essas atitudes pouco aceitáveis impactam negativamente a colaboração das equipes e os resultados clínicos dos pacientes, um estudo de 2012 analisou essas situações quando ocorridas nas emergências hospitalares. Depois de entrevistar 370 profissionais e anotar que mais de 50% testemunharam comportamentos disruptivos por parte dos médicos e dos enfermeiros, a pesquisa concluiu que esse tipo de comportamento afeta diretamente a dinâmica das equipes, a eficiência da comunicação, o fluxo de informações e a responsabilidade pelas tarefas a serem desenvolvidas.     Como resultado, profissionais estressados, desatentos, descompromissados e desmotivados e pacientes em risco. Tanto que 18% dos respondentes afirmaram lembrar de eventos adversos específicos que ocorreram como reflexo de um comportamento disruptivo de algum colega de trabalho.    

Como identificar e prevenir esses comportamentos?

Observar cotidianamente suas equipes, investir em treinamento e prevenir comportamentos disruptivos capazes de ferir os princípios de segurança é um dos desafios dos sistemas de saúde. Uma revisão sistemática (4) reuniu estudos relevantes sobre o tema e percebeu que as intervenções mais comuns estavam atreladas pontualmente aos profissionais, e não às organizações. Além disso, a maioria dos textos encontrados fortalecia a necessidade de aumentar a conscientização por parte das equipes.     Em resumo, a revisão aponta alguns perfis de comportamento não profissional:
  • Agressões diversas, desde verbais como xingamentos e ameaças até agressões físicas
  • Repetição de atitudes negativas por um longo período
  • Hierarquia e desequilíbrio de poder, quando um profissional de um cargo mais alto intimida o outro profissional que se sente indefeso
  • Comportamentos indesejados diversos, entre eles desrespeito, importunação sexual, desvalorização, fofocas, acusações, sabotagens, piadas ofensivas e coerção
    Como conclusão, a pesquisa indica que faltam estudos para mostrar o impacto de atitudes organizacionais sobre mudanças comportamentais dos indivíduos, visto que a maioria das intervenções encontradas e avaliadas pela revisão dizia respeito ao profissional individual, ou seja, estratégias para conscientização pontual daquele trabalhador que nem sempre se mostraram eficientes.    

Fonte: Leia a matéria na íntegra nem Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP).

Créditos da Imagem Destacada: Doctor Problem - imagem criada por wirestock - disponível em br.freepik.com. 

Esta publicação em nada reflete a opinião ou conhecimento pessoal da Presidência, da Diretoria ou da equipe do Grupo IAG Saúde, sendo seu caráter, unicamente informativo, não sendo utilizada para fins comerciais.

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